domingo, 28 de agosto de 2011

Desde sempre e até quando? – Parte 1

“Nenhuma grande cidade brasileira escapa a esse destino de exclusão, segregação, e degradação ambiental.” (Ermínia Maricato).
Nos atuais dias é assim que se vive uma cidade, seja ela de que tamanho for. Nossa primeira cidade em estudo e análise é Congonhas, localizada em Minas Gerais. Congonhas vive, hoje, uma fase de exploração de minério, o que vem gerando uma grande degradação ambiental de suas serras. A maior parte da mão de obra das mineradoras é proveniente da cidade, mas até quando? Até quando essa exploração apenas beneficiará o desenvolvimento do município?
“(...) conflito social que surge da tradicional relação entre propriedade, poder político e poder econômico.” (Rita Velloso).
“(...) a cidade é o meio em que o capital descobre o trabalho humano como riqueza.” (Rita Velloso)
“(...) quando o uso, isto é, o valor de uso, é colocado de lado em virtude do valor de troca (...)” (Rita Velloso)
Com as frases acima só comprovamos tudo que tem ocorrido em Congonhas. O poder político por trás de tudo, o pode econômico das grandes minerados e a propriedade cedida para exploração, não pensando diretamente nos habitantes da região. O próprio prefeito da cidade em uma de suas declarações disse que: “A poluição provocada pela extração é o maior problema. Mas nós topamos o ônus da mineração e da sobrecarga sobre a infraestrutura, diante do bônus da industrialização”, o que só mostra que em virtude de valores, o mais importante é o valor da troca. Essa tem sido e ainda será por muito tempo a maior reconversão urbana na cidade de Congonhas, movimentando sua economia, suas estruturas e seus habitantes. Só resta saber até onde essa exploração pode chegar a ponto de não prejudicar a região, seus moradores e o ambiente.
“No uso da cidade por seus habitantes, isto é, na experiência da arquitetura urbana desempenhada por homens e mulheres na frequentação dos edifícios, colocam-se as possibilidades de negociação, e o partilhamento de interesses comuns, privados e coletivos. Ocorre que, sendo da ordem do político, o espaço urbano é, por natureza, objeto de estratégias.”
Exploração da Mina Casa de Pedra, com incentivos do Governo.

Por: Elizane Reis através do texto “Espetáculo: Não ótica, mas arquitetura do poder” de Rita Velloso.

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