sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Uma metrópole em mutação

Florença é uma cidade que passou por inúmeras transformações políticas, sociais e econômicas. Isso gerou mudanças na estética urbana.
A morfologia exterior da cidade sofreu alterações significativas ao longo de todo o Duecento. Até meados desse mesmo século a sua silhueta arquitetônica foi sendo redefinida pelo surgimento de cerca de 170 torres (Case Torri) que se ergueram, bem altas, sobre as casas das famílias mais abastadas. De caráter marcadamente defensivo, serviam como fortalezas regulares no interior da cidade durante as freqüentes e violentas lutas entre famílias aristocráticas que, assiduamente, guerreavam de torre para torre. Quando no ano de 1250 o Primo Popolo alcançou o poder, sob a direção dos responsáveis competentes, estes refúgios foram proibidos, tendo sido decretado que as torres seriam rebaixadas ate a altura máxima de 40 metros.
Paralelamente a estes trabalhos de demolição assistiu-se, em meados deste século, a uma explosão construtiva, iniciando-se então as obras das igrejas de Santa Maria Novella (1246) e de Santa Croce (c.1295), mas também as grandes obras municipais do Palazzo Del Podestà (Bargello, iniciando em 1255) e do Palazzo Vecchio (c.1300). No ano de 1294 iniciou-se também a edificação da catedral de Santa Maria Del Fiore depois de, em 1284, se ter já decidido sobre a construção da nova muralha da cidade. À grandiosidade de todos estes projetos arquitetônicos acrescia o fato de, no ano de 1300, o número de habitantes da cidade ter atingido os 100.000. Florença tornava-se assim, na virada para o século XIV, uma das cidades mais ricas do mundo cristão, sendo igualmente a maior do Ocidente. Ao papa Bonifácio VIII parecia então que aos quatro elementos (Água, Terra, Fogo e Ar) se deveria acrescentar agora um quinto – a cidade de Florença.

FONTE: WIRTZ, Rolf: Arte e Arquitectura - FLORENÇA. Editora Könemann

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