sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A evolução natural e a modernização forçada na cidade

Toda cidade não planejada surge a partir de uma ocupação inicial. Por alguma razão - seja ela a busca por recursos naturais da região; a instalação de uma grande indústria; a existência de uma fazenda - certo número de pessoas é atraído a se mudar para determinado local. Para que este lugar seja habitado, no entanto, deve haver uma estrutura mínima de abastecimento e de suporte aos moradores. Estrutura que será ampliada e melhorada à medida que a população cresce e se desenvolve. Tudo isso num ritmo orgânico e, de certa forma, improvisado, já que o que move esse processo é a necessidade.
formação de uma cidade

Essa dinâmica de crescimento muda a partir do momento em que as autoridades locais decidem modificar o traçado e reorganizar a cidade.


Paris - Arco do Triunfo

Isso pode ocorrer de forma ampla, alterando a cidade por inteiro, como no exemplo de Paris. A cidade toda foi redesenhada; a circulação das pessoas passou a acontecer em função da circulação de veículos, que ocupavam as novas grandes avenidas - o que afeta mais do que o formato da cidade, neste momento é feita uma nova organização social. 
O modelo parisiense foi considerado um sucesso e copiado ao redor do mundo. Incluindo Belo Horizonte. A capital mineira foi planejada seguindo os padrões urbanos de Paris. A Avenida do Contorno cerca uma área geometricamente definida, com largas avenidas principais e ruas menemores que se cruzam com elas. No entanto, a cidade não permaneceu dentro da Contorno por muito tempo e, aos poucos, uma nova cidade ganhava forma sem que ninguém guiasse ou interrompesse a fim de obedecer aos padrões de urbanização iniciais. Atualmente as intervenções de planejamento em Belo Horizonte são feitas em menor escala, em determinadas áreas da cidade, para onde se deseja direcionar o crescimento.

 Projeto da Linha Verde - Belo Horizonte

O processo de reconversão urbana está intimamente ligado a essa aceleração e direcionamento do crescimento da cidade. Uma vez que as áreas vão sendo cada vez mais valorizadas e os usos antigos já não fazem mais sentido ou não suportam a pressão da especulação imobiliária.

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